quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Juro que não recebo comissão...

… mas vou ter que falar de novo no scrivener.
Ontem, após ter feito o tutorial do scrivener e ter concluído que é, a par do Textmate e do Acquisition, um dos softwares mais bem feitos que já vi, tive oportunidade de lhe fazer um “field test”.
Para além da profissão que me escolheu, relacionada com a informática, uma das actividades que desenvolvo há já muitos anos é a de músico amador. Ontem, não exactamente por coincidência já que foi isto que me levou a testar o Scrivener que estava em lista de espera para ser testado, tinha uma letra já com alguns meses para rever e tentar melhorar e já que o Scrivener tinha passado no teste preliminar foi a ferramenta eleita para essa tarefa, normalmente constituída por riscos, rabiscos e setinhas em papel.

A conclusão a que cheguei é que de facto a ferramenta não só promete como cumpre e ainda nos surpreende.
A primeira feature que usei foi o Research para guardar os ficheiros de som onde tinha gravado uma versão rudimentar das várias partes da música. De seguida, passei a letra original do papel para o Scrivener tendo o cuidado de separar cada parte (versos, bridge, refrão, outro). Depois utilizei o campo “Synopsis” para descrever a intenção de cada um dos versos, dos refrões, etc…, nesta faze fiz um Snapshot do projecto. Um Snapshot é uma espécie de save point ao qual posso reverter a qualquer momento. Utilizei de seguida o split para ter o ficheiro de som adequado à parte que estava a rever e o texto ambos visíveis de modo a poder navegar nos dois para poder alterar o que quisesse e ao mesmo tempo verificar se a métrica continuava consistente. Nesta fase descobri que a “Synopsis” era de extrema utilidade para manter o foco em relação à situação que descreve cada fase da letra. Assim que cada parte estava terminada mudava o seu Status para “First Draft” (o que não é de facto verdade já que o verdadeiro first draf estava há meses em papel, este seria mais um first review).
As notas foram utilizadas para registar alterações a fazer aos riffs guardados nos ficheiros de som, anotações e footnotes para diferentes tipos de sugestões para quando chegar à fase dos arranjos.
Estou a pensar ainda hoje fazer o review final à letra de novo com o Scrivener. No final, incluo na exportação só os textos que aprovar, posso a qualquer momento selecciona-los e com o “Edit Scrivenings” ver a letra completa antes dessa exportação.

Duas notas finais, a primeira é que este post foi escrito com o Scrivener usando a “Synopsis” para resumir o objectivo do post e as “Notes” para enumerar os pontos a referir, de novo óptimo para manter o foco. A nota seguinte vai principalmente para os MS fanboys que não são capazes de ouvir falar em texto sem dizer que o Word é que é bom, o Scrivener não é um processador de texto, é uma espécie de área de trabalho para a escrita, a fase de formatação (o Scrivener faz uma pequena parte da formatação, eu diria que aquele tipo de formatação que regra geral se vê nos livros) do texto é posterior e poderá ser feita em Word ou em LaTeX por exemplo.

Se por um lado me sinto mal em gastar dinheiro num software que não sei o número de vezes que vou usar, por outro gostei tanto de o usar que me apetece comprá-lo já!

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